TÓPICO DE DESPEDIDA

20/11/2007

Passar 3 anos na NE equivale a 30 anos de trabalhos forçados. Comecei a freqüentá-la ainda com alguma inteligência, mas depois desse tempo todo me gozo no espelho e vejo diante de mim uma mula velha, cheia de rugas e que ejacula somente em sexos virtuais. Mesmo assim, tantas horas perdidas em bronhas afinal teve seu reconhecimento.

Estava em casa contemplando minha cornitude quando alguém da NE me liga dizendo que iam me fazer uma homenagem e que todos da NE estariam lá. Como se tratava de uma ocasião solene, ainda mais se tratando de minha pessoa, paguei minha melhor roupa mofada para marcar presença. Resgatei do fundo do baú minha velha camisinha suada, pus no pau já ferido de tanto sexo manual e parti para o local indicado.

Chegando lá fui recebido com uma salva de flatos por vários fakes de renome e por vários outros que pensam que são famosos, mas não passam de uns Zé-Ruela. A entrada era ampla, enfeitada com plantas comigo-ninguém-fode, e quando adentrei o salão vi muitos lá reunidos. Haviam feito uma festa temática pra mim e todos estavam vestidos de astronauta segurando faixa escrita "Teu cu tem cu?" em braille. Comecei os cumprimentos e uma música suave começou a rolar. Dr. Caius Prepucius, o Bozo, estava no comando da vitrola, alternando sucessos de Ella Fitzgerald, Artie Shaw, John Pizzarelli e gregorianos da Schola Cantorum, apesar das vaias e vômitos de fakes acostumados a gostar de músicas que necessitavam de muito menos neurônios para ouvir. Prepucius avisou que era só enquanto não chegava a atração musical da festa, a banda "Tyler e os Betuxos da Vovó".

Continuei cumprimentando os presentes e alguns já estavam embriagados com apenas meia hora de festa. Nos cantos de cada recinto já havia gente se drogando e roçando as bundas em travecos. No banheiro vejo Malu chorando ao se masturbar com o osso do fêmur da finada Gigi. Na cozinha, enquanto João Antônio pichava suásticas dentro da geladeira a cada doce ingerido, Fiona acabava de preparar minhas guloseimas prediletas: trufas de chulé, patê de bílis, xoxotas à parmegiana e caldo de estrume.

Enquanto isso, mais fakes e nonos chegavam à festa e outros ainda queriam entrar, lotando o local. Com gente saindo pelos culhões, para um maior conforto dos presentes pedi para que barrassem aqueles idiotas que tinham boina do BOPE ou touquinha de Natal. Metade foi embora furiosa, a ponto de me chamar de 'Tio Broxa' entre 500 palavrões.

Para me acalmar um pouco resolvi dar uma volta pelas dependências. Marissa estranhamente estava calada, não discutindo com ninguém e Sâmia ao lado dela, sem se excitar. Mais a frente havia uma área de lazer com piscina, onde fakes nuas exibiam seus corpos para pegar um bronze. Outras peladonas me reconheceram e quiseram tirar fotos montadas em mim, quebrando o meu jejum de anos sem sentir em meu lombo o deslizar de uma xana raspada.

Na hora dos presentes, Feto me oferece uma escultura toda feita de cannabis, totalmente envernizada com caldo de buceta das vagabundas da NE que se apaixonam por ele. EU7, macumbeiro por excremência, cede seu corpo peludo para incorporar fakes mortos. Acendeu uma vela no cu e deixou penetrar em seu rêgo espiritual as almas penadas de Fênix, Maraia, Olho do Cu e Xanadu para me cumprimentarem.

Para mim foram horas sem sexo, pregas e rock and roll. Muitos ali nem sabiam quem eu era mas estavam ali por causa da boca livre. Já de noite, alguns ex-moderadores rendem suas últimas homenagens à minha pessoa. Eu já estava cansado e mesmo diante daquela imensa homenagem precisava voltar pra casa e dormir. Vários fakes, num gesto de cortesia, arranjaram um carro para eu não voltar pra casa a galope. Era um carro bem bonito, todo enfeitado, escrito na carroceria "ASILO". Devia ser alguma abreviatura mas não tinha idéia do que significava.

Ganhei mais abraços, beijos e dedadas. Entrei no carro com todos me ovacionando. Emocionado, lembrei de todos os momentos bons e ruins que passei na NE enquanto o carro me tranportava. O carro passou pela minha casa mas não parou, o que me fez deduzir que me deram um passeio grátis de saideira. Ainda emocionado, perguntei aos que estavam conduzindo o carro:

- Será que daqui a alguns anos a NE vai se lembrar de mim?

O cara que estava sentado no carona, com aparência de pombo, me responde:

- Pruuu, pruuu! Seu velho imbecil ! A NE foi deletada! Pruuu! Pruuu!

Em seguida, o que estava ao volante solta uma risada:

- HIHIHIHIHIHIHIHIHIHI

Entro em pânico e me vejo segundos depois em cima da minha cama. Olho para a mesa da janela e vejo um boleto bancário já vencido em meu nome, que dizia:

Buffet Peidô nu Bidê
Descrição: Festa solene com homenagem
Valor do serviço: R$ 1.500.000,00
Obs.: Se não pago no vencimento encaminharemos seu nome ao SPC.

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