BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA - FIONA

07/03/2007

Dia Internacional das Mulé! Período em que minha demanda de sêmen e minhas idas ao banheiro aumentam para render justas homenagens. Desde quando eu era um zé ruela que pego esse dia para escolher uma fêmea e assim inspirar-me para um descabelamento no toalete. Minha lista de inspiradas é grande, variando desde barangas magrelas até leitosas de fartas olheiras. E para seguir essa tradição onanística, escolhi uma dama disfarçada de baranga, com celulites artificiais no rêgo e aparelho nos dentes para uma boa arranhada. Fiona caiu como uma vulva (luva).
Paulista desde óvulo, Fiona é filha de pais pernambucanos que vieram da pacata Palmares, cidade conhecida por revelar poetas e cachaceiros de renome. Foram para Sampa tentar a vida, mas o pai cansou da paulicéia e preferiu voltar para a terrinha, com saudades das esbórnias literárias regadas a pinga, enquanto sua mãe, já grávida, dispensou o hálito de cana e se embrenhou na selva de pedra com trabalhos braçais.
Na adolescência Fiona encantou-se com o que há de mais numeroso em São Paulo: os vagabundos. E, mal saindo das fraldas, nossa heroína ficou grávida de um deles, arranjando a encrenca e segurando a barra para sustentar mais uma boca. Cansada de estar perto de um vagabundo que só queria saber de bicos, Fiona deu um pé na bunda do candidato a flooder e correu atrás de trabalho.
Passou por empregos modestos, foi corretora de seguros, cambista, vendedora de automóveis, camelô, frentista, malabarista de farol, caminhoneira e atendente de telebronha até arranjar vaga numa loja chique que comercializa xanas de cristal, verrugas de lantejoulas e outros apetrechos para enfeitar a mesa da sala de estar.
A vida íntima de Fiona não era lá essas coisas. Dizem à boca greluda que ela havia flertado com um ex-integrante da GNEDA, mas ele trocou-a por uma perua que tinha corpo de garrafa e se chamava Stella.

Mas esse período negro de sua história romântica foi muito breve, para sua sorte. Fiona conheceu seu atual namorado através do Orkut. O bisbilhoteiro havia contabilizado suas estrias nas fotos de seu álbum e veio com aquela conversa fiada sobre densidade demográfica lipídica. Trocaram Orkut, MSN, bafos, afagos e fluidos pelo telefone até marcarem o tão esperado encontro num bar e decidirem qual dos dois alterara mais suas fotos com o Photoshop.
Antes do namoro Fiona era mais agitada. Gostava muito de balada e onde havia mais de meia dúzia de idiotas pulando tava ela lá marcando presença. Com o namorado ela ficou sossegada: ouve apenas rock e curte o tempo que tem com o filho terrorista. Quando fala de sexo Fiona revela-se tímida: colocou lentes de contato para conseguir enxergar o brinquedinho de armar do namorado, curte o trivial e não aprecia sexo anal. Para ela, na sua porta dos fundos ninguém entra, só sai (mas se molhar a mão do segurança, quem sabe...).
Filé com fritas, arroz com feijão, papai e mamãe... essa é a Fiona, uma mulher simples, sem rodeios. E na minha justa homenagem descabelante vou imaginar essa baranga carnuda cheia de hematomas nas capas dos jornais, sob a manchete "Morta a dentadas". Essa Fiona é mesmo fioda.



Postado originalmente na GNEDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário