Da série "Vizinhanças Subliminares" - II


BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA - ANDERSON DE BARRA MANSA

"O crime sempre compensa", eis a pérola reto-filosófica estampada nas pregas de Anderson de Barra Mansa, playboy membro do infame CPQ (Comando do Pão de Queijo) e o terror da vizinhança fofoqueiro-onanista.

Nasceu em Minas Gerais, terras das mulheres apertadinhas (desde que elas estejam com as pernas fechadas). Seu pai, ícone do cancro agropecuário da cidade de Pedófilo Otoni, ganha a vida expondo vísceras bovinas em leilões televisivos, gerando exponenciais receitas arrombando as arrobas.

Cansado de ver seu filho acusado de colocar chifres nos maridos de premiadas vacas de duas patas, o nobre patriarca decidiu enviá-lo à Fortaleza para ser alguém na vida, matriculando-o num curso intensivo de assistente de meliante.

Anderson tornou-se o melhor aluno do curso, adquirindo prestígio e reconhecimento no submundo rapadurístico. Coleciona proezas incríveis, desde o domínio no Nordeste do tráfico de pães-de-queijo com sêmen para franquias nupciais até o controle majoritário do contrabando de bijouterias na Avenida Beira Mar, famoso prostíbulo Open Mall de Fortaleza.

Toda grandeza gera ódio e inveja da concorrência. Em seu Quartel General montado no Condomínio Favela de Pedra, nosso herói bandido às vezes é obrigado a espancar punheteiros acadêmicos para avisar quem manda no pedaço, mesmo com os rumores de que um dia tenha chegado ao condomínio com as pregas metralhadas por uma quadrilha rival, virando motivo de fofoca entre a vizinhança.

Vigarista narcisista, a cada correspondência de cobrança recebida ou reclamação de vizinho oral ou escrita, Anderson profere as mais belas passagens da literatura de bordel, proferindo sábias frases de defeito moral para vizinhas enrugadas ou frouxos administradores de imóveis:

"Eu sou bandido. Gosto de bagunça. Comigo não tem essa de regulamento."

Sem dúvida, Anderson de Barra Mansa é uma figura que impõe respeito. Do meu banheiro, em plena hora de cagar, quando ouço seus rugidos, começo a ter prisão de ventre. Tremo de medo quando ouço seu carro tunado ou sua besta motorizada sendo conduzida por outra besta ao volante. Fico tenso quando ouço sua magrela gemer ao som de Victor & Léo. Me dá arrepios ao imaginar que posso ser espancado a qualquer momento, não por comer pães-de-queijo seminalmente recheados ou por revender suas bijouterias, mas por massagear a próstata enquanto trafego pelado pela casa.

2 comentários:

  1. Sem sombras de dúvida, o condomínio Selva de Pedra é um caso clássico para estudos da ciência da pscanálise ! Volto a enfatizar que nem Freüd explica as tão complexas personalidaddes daquele recinto e seus padrões comportamentais ! Então diga-se de passagem : Aí FROIDEU !

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