A estréia de Placenta de Piolho no Orkut foi em novembro de 2004 quando foi criado o perfil. Menos de um mês antes, ainda em outubro daquele mesmo ano, finalmente cedi à minha curiosidade de saber como o Orkut funciona.
Desde o início daquele ano sabia da grande novidade na internet, mas não me interessava muito porque o enfoque principal era a paquera, o relacionamento, e coisas do tipo. Minha opinião começou a mudar quando soube da existência de vários tipos de comunidades, inclusive a de ex-alunos de meu antigo colégio, cujas pessoas queria pelo menos revê-los.
Pedi para um amigo meu mandar um convite para o meu e-mail para poder enfim desfrutar dessa ferramenta. Preparei meu perfil real e comecei a procurar meus ex-colegas de escola.
Naquele ano eu estava em outro estado, fazendo tratamento fisioterápico, e não tinha muito o que fazer até me recuperar, daí decidi entrar em outras comunidades para passar o tempo.
Decidi dedicar parte do tempo nas comunidades informais do tipo "Eu odeio..." e entrei numa chamada "Eu Odeio Playboy". Como não gosto desse tipo de pessoa, resolvi acompanhar os tópicos dessa comunidade.
Um daqueles tópicos me chamou atenção:
ME AJUDEM A SACANEAR ESSE PLAYBOY, de um cara fantasiado que implorava a todos daquela comunidade a sacanear um playboy de Brasilia. A repercussão foi enorme: foi criado um fotolog com fotos (ou montagens) de um homem vestindo fantasias e roupas femininas divulgando o seu suposto relacionamento com o tal playboy. Vi que o dono do tópico criado era um tal de Ramon Selvagem, que frequentava uma comunidade chamada "No Escuro". Ri bastante das sacanagens que fizeram com o playboy de Brasília e resolvi entrar na tal comunidade "No Escuro" para saber o que rolava de interessante por lá.
Entrei na comunidade e vi que a principal característica era a confissão de segredos bem íntimos, guardados pelo anonimato da comunidade. Notei que algumas pessoas usavam perfis esquisitos e falsos (que depois vi que eram chamados de fakes).
A maioria ali encarnava o personagem daquele perfil falso, o que me atraiu naquela comunidade, além da possibilidade de falar dos seus podres.
Um dia, ainda com o perfil verdadeiro, testemunhei na No Escuro um vacilo por parte de um usuário. Uma pessoa resolveu confessar que era gay mas quando postou esqueceu de colocar no modo anônimo. Saiu exposto o perfil de quem havia postado aquela confissão. Os usuários descobriram que ele era professor de uma escola particular, foram lá na comunidade dos alunos da escola, e deduraram o professor, colando a confissão que ele tinha postado na No Escuro.
Após esse incidente percebi que o fake passava a ter uma outra utilidade: a de, em caso de esquecimento ao marcar o anônimo do tópico, sair o perfil falso em vez do verdadeiro. Resolvi então participar daquela comunidade, mas não com o meu perfil verdadeiro. Mandei um convite para um outro e-mail meu e resolvi criar um fake.
Um sonho nada a ver
Há 12 anos
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